À medida que a COP30, realizada em Belém entre 10 e 21 de novembro de 2025, termina, fica cada vez mais claro que a próxima década de ação climática passa diretamente pela cadeia de suprimentos.
Mesmo em um cenário de negociações complexas — marcado por debates sobre financiamento climático, justiça social e preservação da Amazônia — a mensagem central é inequívoca: governos, investidores e sociedade esperam que empresas assumam um papel protagonista na redução de emissões.
Para quem atua em supply chain, logística, planejamento e operações, o “pós-COP30” deixa de ser um tema abstrato: torna-se uma pauta de risco, custo, competitividade e sobrevivência de médio prazo.
O que a COP30 sinaliza para empresas e cadeias de suprimentos
A conferência reforçou três grandes eixos que impactam diretamente o supply chain: proteção de florestas, financiamento e justiça climática.
Mesmo com divergências políticas e financeiras, os temas que emergem já batem à porta das empresas:
- Pressão para reduzir emissões de Escopo 3, que representam mais de 70% da pegada total em muitos setores.
- Rastreabilidade e cadeias livres de desmatamento, especialmente em commodities agrícolas, minerais e produtos florestais.
- Transparência e dados, com expectativa de relatórios mais robustos, metas e indicadores de transição.
- Inclusão de pequenos fornecedores, essenciais na jornada de descarbonização — especialmente em economias emergentes.
Na prática, a cadeia de suprimentos deixa de ser apenas um braço operacional e passa a ser um dos principais vetores para cumprir metas climáticas, mitigar riscos regulatórios e manter acesso a mercados exigentes.
Por que o supply chain está no centro da agenda climática
Estudos mostram que oito grandes cadeias globais respondem por mais de 50% das emissões anuais de GEE, e a maior parte dessas emissões acontece ao longo da cadeia de suprimentos — não na operação final.
Além disso:
- A logística (transporte + armazenagem) responde por pelo menos 7% das emissões globais.
- Para muitas corporações, o Escopo 3 ultrapassa 75% da pegada total.
Ou seja: se a empresa olhar apenas para os Escopos 1 e 2, não chegará perto das metas exigidas no cenário pós-COP30.
Isso gera implicações diretas:
- Escolha de fornecedores: matriz mais limpa, próxima e rastreável.
- Desenho da malha logística: onde produzir, armazenar, consolidar e distribuir.
- Modais de transporte: rodoviário, ferroviário, cabotagem, aéreo, elétrico, multimodal.
- Integrated planning: redução de desperdícios, retrabalho e transporte desnecessário.
Tudo isso é, essencialmente, um problema de decisão, e hoje decisões precisam ser suportadas por modelos matemáticos robustos.
Três movimentos pós-COP30 para transformar sua cadeia de suprimentos
1. Colocar emissões no centro do planejamento de supply chain
Até pouco tempo, modelos de planejamento consideravam apenas custo e nível de serviço. Agora, surge uma terceira dimensão obrigatória: emissões.
Ferramentas como Otimix e iDRP permitem simular múltiplos cenários, desenhando a malha com base em múltiplos objetivos de negócio.
2. Rastrear a cadeia de ponta a ponta
A COP30 intensifica o debate sobre rastreabilidade — especialmente em cadeias ligadas à Amazônia, alimentos, minerais e setores de risco socioambiental.
Isso exige:
- Integrar dados de fornecedores a sistemas de decisão.
- Capturar origem, certificações, práticas ESG e riscos associados.
- Modelar restrições de compra diretamente nos algoritmos de otimização.
Sem essa visão completa, é praticamente impossível atender a auditorias, reguladores e clientes que exigem cadeias livres de desmatamento.
3. Redesenhar a malha logística com visão de transição
Financiamento climático, infraestrutura e transporte limpo foram pontos sensíveis da COP30.
As empresas precisarão decidir:
- Onde faz sentido aproximar produção e consumo, encurtando rotas.
- Em quais corredores logísticos investir em modais de menor emissão (ferrovia, cabotagem, navegação interior, multimodalidade).
- Como equilibrar custo, lead time, emissões e riscos climáticos.
Modelos de network design tornam-se essenciais para simular dezenas ou centenas de combinações antes de qualquer decisão.
Conclusão: o recado para o supply chain é direto
Ao final da COP30, independentemente da redação final dos textos negociados, três mensagens são claras:
- Descarbonizar cadeias de suprimentos é condição para cumprir metas globais de clima.
- Dados, rastreabilidade e modelos de decisão tornam-se tão importantes quanto caminhões, CDs e sistemas transacionais.
- Empresas que agirem agora estarão em melhor posição para atender clientes, reguladores e investidores.
Quem atua em supply chain não pode tratar a COP30 como um evento pontual: ela representa um marco de mudança de nível na forma de planejar e operar.
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